Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde nasci…
Depois de passar por uma triste experiência, chamada de traidora, a vira-lata UPP foi jogada de uma pedra com altura equivalente a um prédio de dois andares só porque passou a andar com os policiais. O soldado Thiago Loureiro, que a alimentava e a abrigava com cobertores e caixas de papelão, a socorreu, armou uma espécie de maca e levou a cadela a um veterinário na Tijuca. O animal chegou lá com um coágulo no baço e suspeita
de múltiplas fraturas. Depois, ainda foi a um dentista de cão para
restaurar um canino quebrado. Loureiro pagou, com dinheiro do próprio
bolso, um tratamento de R$ 3 mil.
O animal só recebeu alta depois de três dias de internação. E, dali,
saiu para a casa de Loureiro com nome e carteira de vacina. A cadela,
que nem nome tinha e era xingada de “cachorra traidora” por bandidos,
passou a ser chamada de UPP.
- Quando me formei fui direto para a UPP da Providência. Quando
chegamos, encontramos vários cachorros de rua. Eu levava comida,
cobertor e papelão para que se protegessem do frio. Os cães passaram a
nos seguir. Tinha uma cadela branquinha que até atacava suspeitos de
envolvimento com o tráfico. Alguns moradores diziam: “Olha lá os
cachorros dos policiais”. Só que as pessoas ligadas ao tráfico não
gostaram. A UPP acompanhava os bandidos. Depois, chamavam ela de
“cachorra traidora”. Aí, teve esse acidente com a cadela e a minha mãe
disse: “Pode trazer ela para casa”. A UPP é dócil, meiga. Adora um
chamego. Só é ciumenta. Nenhum cachorro pode chegar perto de mim que ela
começa a latir. Depois disso, sempre que acontecia algum problema com
um cachorro, as pessoas me procuravam.
Leia mais e assista ao vídeo aqui.
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